Preso desde 12 de setembro, “Careca do INSS” depõe na CPMI e nega esquema de fraudes

Brasília – Detido há duas semanas, o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, compareceu espontaneamente nesta quinta-feira (25/9) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social. Ele é apontado pela Polícia Federal como um dos principais articuladores de um esquema que reteve valores de aposentados e pensionistas por meio de descontos irregulares.

Suspensão e tensão no início da sessão

Convocado originalmente para 15 de setembro, Antunes conseguiu no Supremo Tribunal Federal autorização para não comparecer. Mesmo assim, decidiu depor. Às 13h10, a reunião foi interrompida por uma hora para almoço depois de um desentendimento entre o deputado Zé Trovão (PL-SC) e o advogado do investigado. O debate foi retomado em seguida.

Ao abrir sua fala, o lobista classificou as acusações como “calúnias”. Inicialmente, recusou-se a responder perguntas do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), mas posteriormente passou a se manifestar, negando envolvimento em crimes e atribuindo seus bens de alto valor a “atividade empresarial próspera”.

Origem das denúncias

O suposto esquema foi revelado em dezembro de 2023 pelo portal Metrópoles. As reportagens indicaram crescimento de arrecadação de entidades que descontavam mensalidades de beneficiários do INSS, atingindo R$ 2 bilhões em um ano e motivando milhares de ações judiciais.

Os textos fundamentaram inquérito da Polícia Federal e investigações da Controladoria-Geral da União. Em 23 de abril, a Operação Sem Desconto resultou na demissão do então presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Acusações contra Antunes

Segundo a PF, Antunes mantinha call centers para filiar aposentados a associações, recebendo 27,5% sobre cada novo desconto. Ele teria corrompido ex-diretores do INSS e um ex-procurador-geral por meio de pagamentos e repasse de veículos de luxo. Investigadores apuram ainda suspeita de lavagem de dinheiro no Brasil e no exterior, com movimentações milionárias.

O lobista detém procuração de pelo menos oito entidades. Somente essas associações transferiram a ele cerca de R$ 30 milhões. Entre elas estão Ambec, Cebap e Unsbras (Unabrasil), que juntas faturaram R$ 852 milhões em descontos diretos nos benefícios de segurados.

Com informações de Metrópoles

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