Análise destaca avanços e problemas na representação SWANA em Final Fantasy Tactics: The Ivalice Chronicles

Um artigo assinado por Ariana Mallouhi, publicado em 27 de outubro de 2025 às 12h33 (horário do Pacífico) no site GameSpot, examina como Final Fantasy Tactics – The Ivalice Chronicles retrata personagens do Sudoeste Asiático e Norte da África (SWANA). A reportagem aponta conquistas inéditas e tropeços que ainda persistem, mesmo na versão que marca o retorno do clássico 28 anos após o lançamento original, em 1997.

Reconhecimento crítico e contexto histórico

Relançado em 2025, o título recebeu aclamação por melhorias de jogabilidade e pelas novas atuações de voz, recursos ausentes na edição de 1997. Em uma publicação no X (antigo Twitter), o criador Yasumi Matsuno observou que o game chega novamente em um período marcado por desigualdade e divisão, temas centrais da trama inspirada, entre outras referências, na Guerra das Rosas da Inglaterra (século XV).

Personagens que fogem ao estereótipo

Para a autora, a presença dos irmãos Rapha e Marach Galthena oferece uma visão rara e mais humanizada de personagens SWANA nos videogames. Interpretados por Lara Sawalha (Rapha) e Elham Ehsas (Marach), os dois órfãos possuem poderes de “mantra” e são recrutados pelo duque Barrington como crianças-soldado — situação comparada por Mallouhi ao método de aliciamento do Talibã.

A matéria enfatiza que, ao contrário de representações frequentes em séries como Metal Slug e Counter-Strike — onde personagens SWANA costumam aparecer como dançarinas, domadores de cobras ou terroristas — Rapha e Marach ganham complexidade, questionam suas escolhas e, eventualmente, se juntam ao protagonista Ramza com o objetivo declarado de nunca mais matar.

Análise destaca avanços e problemas na representação SWANA em Final Fantasy Tactics: The Ivalice Chronicles - Imagem do artigo original

Imagem: Ariana Mallouhi

Pontos positivos

  • Roteiro dá espaço para que os irmãos mostrem virtudes e falhas, algo incomum para figuras SWANA em jogos dos anos 1990.
  • Atuações de voz consideradas autênticas, reforçando a identidade cultural dos personagens.

Críticas apontadas

  • Exotização: Rapha e Marach são os únicos com habilidades de mantra, reforçando um trope orientalista.
  • Desempenho em batalha: Estatísticas iniciais pouco otimizadas podem levar jogadores a deixá-los de fora do time.
  • Estereótipo de violência masculina: Em cena inicial, Marach esbofeteia Rapha — gesto que, segundo Mallouhi, reforça a ideia de que homens SWANA seriam mais violentos, sobretudo contra mulheres. A autora lembra que a Square Enix já alterou comportamentos semelhantes, citando a reformulação de Cid em Final Fantasy VII Rebirth.

Mesmo com as ressalvas, o texto conclui que a participação dos Galthena marca um avanço na representação SWANA, especialmente em meio ao aumento de sentimentos anti-árabes impulsionados pela escalada do conflito Israel-Palestina.

Com informações de GameSpot

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