Manifestação na Paulista reúne até 47,5 mil pessoas contra anistia e PEC da Blindagem

Movimentos sociais ligados à esquerda promoveram neste domingo (21) um ato na avenida Paulista, em São Paulo, contra o projeto de anistia articulado no Congresso e a chamada PEC da Blindagem. Levantamento do Monitor do Debate Político do Cebrap em parceria com a ONG More in Common estimou entre 37,3 mil e 47,5 mil participantes, índice superior ao público bolsonarista de 7 de setembro (42,2 mil, segundo a mesma metodologia).

Concentração e percurso

Os manifestantes começaram a chegar por volta das 13h em frente ao parque Trianon, em frente ao Masp. Com faixas que chamavam o Congresso de “inimigo do povo”, o grupo ocupou cerca de oito quarteirões, entre a rua Padre João Manoel e a Alameda Joaquim Eugênio de Lima. Em meio às bandeiras nacionais, uma flâmula dos Estados Unidos — vista no ato de 7 de setembro — foi substituída por cartazes com os dizeres “a bandeira é nossa”.

Principais reivindicações

O grito de “sem anistia” dominou o carro de som. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) cobrou a cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a votação de projetos econômicos do governo Lula — como a taxação dos super-ricos e a isenção de IR para quem recebe até R$ 5 mil — e a rejeição da PEC da Blindagem no Senado. “Golpista tem que ir para a cadeia. Não tem arrego”, afirmou.

Críticas internas e no Congresso

Cartazes classificavam como “traidores” os 12 deputados do PT que votaram a favor da PEC, ausentes no ato. Boulos disse que a posição foi um erro, mas destacou que toda a bancada do PL apoiou a proposta. A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) admitiu “erro de cálculo” da esquerda e prometeu voto contrário no Senado.

Presidente nacional do PT, Edinho Silva reiterou oposição do partido à anistia e afirmou que qualquer discussão sobre dosimetria de penas deve ocorrer “em outro ambiente”, longe da leitura de interferência no julgamento do Supremo.

Presenças políticas e artísticas

No trio elétrico estavam parlamentares de PT, PSOL, PCdoB e PSB, além de lideranças de MST e MTST. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, apareceu rapidamente, sem discursar, seguindo orientação do Planalto para evitar atritos com o Congresso.

Artistas como Otto, Leoni, Emicida e Rashid se apresentaram. Leoni cantou “Exagerado” e encerrou gritando “sem anistia”. Otto emendou “Morena Tropicana” após afirmar: “Anistia é o c…”. Emicida interpretou “AmarElo”, e Rashid rimou sobre a condenação de Jair Bolsonaro, arrancando aplausos.

Ocorrências e encerramento

Perto das 18h, viaturas da Guarda Civil Metropolitana cruzaram a multidão para retirar o ex-deputado bolsonarista Douglas Garcia, que filmava o evento; líderes pediram calma para evitar confrontos. O ato terminou com uma banda tocando “Que País É Esse”, clássico da Legião Urbana.

Com informações de Folha de S.Paulo

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