Pesquisadores das universidades de Heidelberg e Stuttgart, na Alemanha, desenvolveram uma tinta fotossensível que possibilita a impressão 3D de polímeros condutores capazes de alterar a cor por estímulo eletroquímico. O resultado, apresentado em 13 de novembro de 2025 na revista Advanced Functional Materials, abre caminho para a produção de dispositivos optoeletrônicos com geometrias complexas.
A equipe combinou conhecimentos em química de polímeros e engenharia de materiais para adaptar o processo de Digital Light Processing (DLP), técnica que solidifica camadas sucessivas de resina exposta à luz ultravioleta. Embora o DLP seja usado em áreas como odontologia, imprimir materiais eletricamente ativos neste sistema permanecia um desafio.
A solução encontrada foi uma formulação à base de metacrilato contendo grupos carbazol redox-ativos. Esses segmentos permitem que a cadeia polimérica aceite ou doe elétrons, conferindo condução elétrica e mudança de cor conforme o estado de oxidação ou redução.
Com a nova tinta, os cientistas produziram padrões bidimensionais, matrizes de pixels e até uma pirâmide tridimensional em várias camadas. Inicialmente quase transparentes, as peças passaram a exibir tons de verde claro, verde escuro e, por fim, preto, em um ciclo totalmente reversível e controlável ponto a ponto. Segundo a professora Sabine Ludwigs, de Stuttgart, o controle ao longo da altura da estrutura é especialmente promissor.

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O trabalho foi realizado no âmbito do grupo de pesquisa “Mixed Ionic-Electronic Transport: From Fundamentals to Applications”, apoiado pelas duas instituições. Para as coordenadoras Eva Blasco (Heidelberg) e Sabine Ludwigs (Stuttgart), a combinação de impressão 3D de alta resolução com polímeros redox pode viabilizar desde telas de pixels até atuadores para robótica macia.
Com informações de Nanowerk







