Nova Délhi, 12 de novembro de 2025 – A gestora francesa Mirova, focada em investimentos climáticos e apoiada por empresas como o grupo Kering, destinou US$ 30,5 milhões (cerca de €26,4 milhões) à startup indiana Varaha, criada em 2022 e especializada em projetos de carbono na agricultura.
O aporte – primeiro da Mirova em projetos de carbono na Índia – não envolve participação acionária. Em vez disso, a gestora sediada em Paris fornecerá o capital e, em contrapartida, receberá parte dos créditos de carbono que forem gerados ao longo do tempo.
Por intermédio de seu carbon investment strategy, a Mirova direciona recursos de companhias que buscam compensar emissões em suas cadeias de suprimentos. Entre as apoiadoras estão Orange, L’Occitane Group, Capgemini, Unibail-Rodamco-Westfield e MANE, além da controladora da Gucci.
Expansão do projeto Kheti
O dinheiro será aplicado na expansão do Kheti, iniciativa da Varaha que já cobre mais de 200 mil hectares nos estados de Haryana e Punjab. A meta é alcançar aproximadamente 337 mil agricultores em 675 mil hectares com práticas de baixa emissão que geram créditos certificados e aumentam a renda dos produtores.
A Varaha trabalha com 48 parceiros locais e utiliza software próprio para monitorar em tempo real os resultados climáticos e sociais. Entre as técnicas incentivadas estão:
- semeadura direta de arroz, que reduz consumo de água;
- incorporação de resíduos de colheita ao solo, evitando a queima de palha;
- menos operações de aração, preservando o carbono do solo.
Certificação e distribuição de receita
Os créditos serão verificados pelo método VM0042 da Verra, e o modelo de receita prevê divisão direta com os agricultores. O projeto também busca a certificação Climate, Community & Biodiversity (CCB).
Apesar de críticas recentes à Verra, o cofundador e CEO da Varaha, Madhur Jain, afirma que o padrão da organização para carbono no solo é o mais avançado disponível. A empresa também trabalha com outras registradoras, como Puro e Isometric.

Imagem: Internet
Máquinas e inclusão de gênero
Parte do investimento da Mirova será usada na compra de equipamentos – como direct seeders, happy seeders e super seeders – necessários para as práticas regenerativas, ainda pouco difundidas no mercado indiano.
Além de reduzir emissões, a tecnologia da Varaha busca melhorar a saúde do solo, economizar água, diminuir insumos químicos, aumentar produtividade e baixar custos. A startup planeja, ainda, programas específicos para mulheres agricultoras.
Histórico e parcerias
Em 2023, a Varaha fechou acordo com o Google para fornecer 100 mil toneladas de créditos de remoção de CO₂ até 2030. A empresa já levantou US$ 12,7 milhões em capital de risco, incluindo US$ 8,7 milhões em rodada Série A no ano passado, com investidores como RTP Global, Omnivore, Orios Venture Partners, Octave Wellbeing Economy Fund (IMC Pan Asia Alliance) e o banco japonês Norinchukin.
Com informações de TechCrunch







