Projeto europeu desenvolve feixe iônico para remover detritos espaciais

Pesquisadores de cinco instituições europeias trabalham em uma nova tecnologia que promete retirar detritos da órbita terrestre sem contato físico. O projeto ALBATOR, iniciado oficialmente em 4 de novembro de 2025, aposta no ion-beam shepherd, um feixe de plasma capaz de transferir impulso a fragmentos que hoje ameaçam satélites e lançamentos.

A equipe reúne a Universidade de Kiel (Alemanha), a Universidade Justus Liebig de Giessen (Alemanha), a Universidad Carlos III de Madrid (Espanha) e as empresas NorthStar Earth & Space (Luxemburgo) e OsmosX (França). O consórcio recebeu apoio de 4 milhões de euros do programa Horizon EIC Pathfinder, sendo 639 mil euros destinados à Universidade de Kiel.

Como funciona

O método baseia-se em um feixe de partículas de alta energia que não destrói o objeto, mas altera sua órbita e rotação. A primeira etapa consiste em cessar o giro descontrolado do detrito; em seguida, o feixe pode empurrá-lo para reentrada controlada — onde ele queima na atmosfera — ou para uma órbita cemitério.

Diferentemente de soluções que exigem braços robóticos ou redes, o sistema evita contato direto, reduzindo o risco de danos. Caso necessário, todo o procedimento de remoção pode ocorrer apenas com a ação do feixe.

Testes de material

Em Kiel, os cientistas empregam uma sonda de força patenteada para medir como painéis solares, filmes Kapton revestidos de ouro e outros materiais reagem ao impulso do plasma. Simulações de alta fidelidade complementam os experimentos e alimentam um banco de dados que ajuda a direcionar o feixe com maior precisão.

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Imagem: Internet

Próximos passos

O ALBATOR tem duração prevista de 42 meses. Até o fim do projeto, os parceiros pretendem otimizar o gerador de feixe, validar modelos de interação com superfícies e demonstrar a eficácia da técnica em cenários representativos de detritos espaciais.

“Se quisermos utilizar o espaço de forma segura e sustentável, precisamos parar de criar lixo — ou removê-lo ativamente. É isso que estamos buscando”, afirmou o coordenador Dr. Thomas Trottenberg, do grupo de Tecnologia de Plasma da Universidade de Kiel.

Com informações de Nanowerk

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