Detalhes atômicos revelam como iodeto de prata faz nuvens chover

Pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Viena (TU Wien) demonstraram, em estudo publicado em 4 de novembro de 2025 na revista Science Advances, como a estrutura de superfície do iodeto de prata determina a formação de gelo em nuvens durante o processo de semeadura de chuva.

O trabalho combinou microscopia de alta resolução, realizada sob ultralto vácuo e baixíssimas temperaturas, com simulações por teoria do funcional da densidade. As análises revelaram que, ao ser fraturado, o cristal de iodeto de prata expõe dois tipos de superfícies: uma terminada em átomos de prata e outra em átomos de iodo.

Segundo a equipe liderada por Jan Balajka, do Instituto de Física Aplicada da TU Wien, apenas a face coberta por prata mantém um arranjo hexagonal compatível com a estrutura do gelo, oferecendo o “molde” necessário para que as primeiras moléculas de água se organizem e cresçam como cristais. Já a face terminada em iodo sofre uma reconstrução que resulta em padrão retangular, incapaz de induzir a nucleação de gelo.

“A eficiência do iodeto de prata não pode ser atribuída apenas à sua estrutura cristalina interna; o fator decisivo é a reconfiguração atômica na superfície”, afirmou Balajka. Os experimentos foram conduzidos totalmente no escuro devido à alta sensibilidade do material à luz, recorrendo-se apenas a iluminação vermelha pontual para movimentação das amostras.

Complementando as medições, as simulações computacionais indicaram quais arranjos atômicos são energeticamente mais estáveis na interface iodeto de prata–água. Esses resultados ajudam a explicar por que partículas do composto, liberadas por aeronaves, atuam como núcleos de congelação em nuvens, estimulando precipitação de chuva ou neve.

Detalhes atômicos revelam como iodeto de prata faz nuvens chover - Imagem do artigo original

Imagem: Internet

Os autores sugerem que o entendimento em escala atômica poderá orientar o desenvolvimento de novos materiais para indução controlada de precipitação.

Com informações de Nanowerk

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