NOVA IORQUE – O robô humanoide Rizzbot, que reúne mais de 1 milhão de seguidores no TikTok e ultrapassa 500 mil no Instagram, bloqueou uma repórter do site TechCrunch depois que ela perdeu o prazo combinado para enviar perguntas de uma entrevista.
Desentendimento nas redes sociais
Segundo a jornalista, o episódio começou por volta das 4h30 de uma quinta-feira, quando ela recebeu, via mensagem direta no Instagram, uma foto do robô fazendo um gesto obsceno com o dedo médio levantado. Minutos depois, ao tentar retomar o contato e se desculpar pelo atraso, a profissional descobriu que havia sido bloqueada pelo perfil @rizzbot_official.
Quem é Rizzbot
O Rizzbot é um modelo Unitree G1, fabricado em Hangzhou, na China. Qualquer interessado pode adquirir a plataforma por valores que variam de US$ 16 mil a mais de US$ 70 mil. O robô foi treinado durante três semanas pelo doutorando Kyle Morgenstein, do laboratório de robótica da Universidade do Texas em Austin, para dançar e executar movimentos de interação com o público. Apesar de parte dos comportamentos ser pré-programada, a operação é feita por controle remoto, com o proprietário – um YouTuber e bioquímico que prefere manter anonimato – nas proximidades.
Possível uso de inteligência artificial
Especialistas ouvidos pela reportagem explicam que, além do controle humano, algoritmos de linguagem — como o ChatGPT — podem gerar respostas automáticas. Um indício disso foi um erro de “falta de memória de GPU” (48 GB) enviado acidentalmente pelo próprio perfil do robô durante uma conversa com outra jornalista do veículo.
Fenômeno de audiência
No TikTok, os vídeos do Rizzbot somam mais de 45 milhões de visualizações. As postagens mostram situações como perseguições a pedestres, tombos em vias públicas e até uma cena – aparentemente manipulada por IA – em que o robô é atropelado por um carro.
Imagem: Getty
Robôs como entretenimento
Para Malte F. Jung, professor associado da Universidade Cornell, o Rizzbot inverte o roteiro comum em que robôs sofrem insultos online e passa a “revidar” de forma bem-humorada. Dima Gazda, fundador da Esper Bionics, vê nos humanoides um futuro de protagonismo no entretenimento, embora Jen Apicella, diretora-executiva da Pittsburgh Robotics Network, ressalte que dançarinos robóticos ainda são difíceis de escalar comercialmente.
Apesar do bloqueio, o caso reforça o apelo de performances robóticas nas redes sociais e levanta discussões sobre a linha tênue entre controle humano e automação em interações digitais.
Com informações de TechCrunch


