Os principais índices de Wall Street abriram a semana em forte alta nesta segunda-feira (20), impulsionados pela perspectiva de que a paralisação do governo dos Estados Unidos, que já dura 20 dias, possa terminar nos próximos dias e pelos números robustos da atual temporada de balanços.
O Dow Jones Industrial Average encerrou o pregão com ganho de 516 pontos, ou 1,12%. O S&P 500 avançou 1,07%, enquanto o Nasdaq Composite, puxado por empresas de tecnologia, subiu 1,37%. O índice de volatilidade VIX, conhecido como “termômetro do medo” de Wall Street, recuou 12%.
Paralisação pode acabar esta semana
Em entrevista à CNBC, o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, afirmou acreditar que o impasse em Washington deve ser resolvido ainda nesta semana. Ele acrescentou que o governo do presidente Donald Trump pretende adotar “medidas punitivas” caso os democratas no Senado mantenham a oposição ao acordo.
Balanços acima das expectativas
Até o momento, 86% das empresas do S&P 500 que já divulgaram resultados superaram as estimativas de mercado, de acordo com dados da FactSet. O desempenho reforçou o sentimento positivo entre investidores, que aguardam os balanços das gigantes de tecnologia nas próximas semanas.
Apple lidera ganhos
As ações da Apple (AAPL) avançaram 3,94% e atingiram a primeira máxima histórica do ano. O movimento seguiu relatório que apontou vendas robustas do iPhone 17 nos Estados Unidos e na China. O modelo iPhone Air esgotou em poucos minutos no mercado chinês, segundo o jornal South China Morning Post.
Foco nos “Magníficos Sete”
O próximo grande teste para o mercado virá dos balanços de Meta, Amazon, Tesla, Nvidia, Microsoft, Alphabet e Apple — apelidadas de “Magníficos Sete”. Juntas, essas companhias respondem por 41% dos ganhos do S&P 500 em 2025, calcula Howard Silverblatt, analista sênior da S&P Dow Jones Indices.
“Investidores buscarão clareza sobre como os gastos em inteligência artificial estão se traduzindo em lucratividade”, escreveu Rick Gardner, diretor de investimentos da RGA Investments, em nota aos clientes.

Imagem: Lucy Bayly
Tensões comerciais e metais preciosos
No início do mês, os mercados despencaram depois que Trump ameaçou elevar significativamente as tarifas sobre produtos chineses, em resposta à redução das exportações de minerais de terras raras por Pequim. O Dow chegou a perder quase 900 pontos em 10 de outubro, mas o presidente recuou das ameaças, afirmando que tarifas maciças contra a China não seriam sustentáveis.
Em meio às incertezas, contratos futuros de ouro e prata saltaram 4,3% e 3,3%, respectivamente, refletindo a busca dos investidores por ativos considerados mais seguros.
Com o mercado atento ao desfecho da paralisação do governo e à continuação da temporada de resultados, analistas monitoram se o ímpeto positivo se estenderá para o restante de outubro e início de novembro.
Com informações de CNN Business