Pesquisadores da Thomas J. Watson College of Engineering and Applied Science, da Universidade de Binghamton (EUA), desenvolveram uma técnica que melhora a circulação sanguínea em tecidos humanos cultivados em laboratório, superando limitações de tamanho e funcionalidade nessas estruturas.
O estudo, publicado em 16 de outubro de 2025 na revista Biomedical Materials, foi conduzido pelos professores assistentes Ying Wang, do Departamento de Engenharia Biomédica, e Yingge Zhou, da School of Systems Science and Industrial Engineering. A equipe criou microtubos ocos de poliestireno com diâmetros entre 1 e 10 micrômetros e os incorporou a um hidrogel composto, formando um meio favorável ao crescimento celular.
Para obter os microtubos, os cientistas usaram eletrofiação — processo que aplica um campo elétrico intenso para produzir fibras ultrafinas. Após a formação das fibras sólidas, os núcleos foram dissolvidos, resultando em tubos ocos. Em seguida, vibração ultrassônica reduziu o comprimento das estruturas para facilitar a dispersão uniforme dentro do tecido artificial.
Com auxílio de microesferas fluorescentes, os pesquisadores observaram que o hidrogel com microtubos distribuiu melhor nutrientes e oxigênio, prevenindo a formação de áreas necróticas. Segundo Wang, o objetivo é reproduzir a hierarquia natural dos vasos sanguíneos — desde grandes artérias até capilares — e, futuramente, adaptar o sistema a órgãos específicos, como a barreira hematoencefálica.

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Além de permitir tecidos maiores e mais viáveis para testes pré-clínicos, a estratégia pode abrir caminho para a montagem de múltiplos órgãos interligados a partir de células humanas, aproximando modelos de laboratório da fisiologia real.
Com informações de Nanowerk