Bengaluru (Índia) – A Airbound, startup indiana de drones, levantou US$ 8,65 milhões em rodada seed liderada por Lachy Groom, cofundador da Physical Intelligence. Participaram ainda Humba Ventures, a já investidora Lightspeed Venture Partners e executivos seniores de Tesla, SpaceX e Anduril.
Fundada em 2020 por Naman Pushp – que tinha 15 anos à época e hoje tem 20 –, a empresa criou uma aeronave de fibra de carbono com design tail-sitter e corpo de asa integrada. O modelo decola na vertical, como um foguete, e faz voo horizontal, prometendo reduzir em até 20 vezes o custo das entregas convencionais e superar a eficiência de sistemas de drones existentes.
Meta de entrega por R$ 0,05
A Airbound busca chegar a entregas que custem US$ 0,01 (aproximadamente R$ 0,05) repensando o consumo de energia no transporte de pequenas encomendas. Segundo Pushp, motos elétricas de 150 kg usadas hoje para cargas de até 3 kg consomem cerca de ₹2 (US$ 0,02) por quilômetro. O drone da empresa, batizado TRT, pretende reduzir esse valor a 10 paise (US$ 0,001) ao eliminar o peso do motorista e concentrar-se em cargas leves, o que — segundo o fundador — representa queda de 20 vezes no gasto energético por quilômetro.
A primeira versão do equipamento pesa 1,5 kg (3,3 lb) e leva até 1 kg (2,2 lb). A segunda geração, prevista para protótipo até meados de 2026 e produção no primeiro trimestre de 2027, deve transportar 3 kg (6,6 lb) enquanto pesa apenas 1,18 kg (2,6 lb).
Custo, produção e baterias
Cada drone custa à Airbound US$ 2 000 e realiza entregas por cerca de ₹24 (US$ 0,27). A meta é baixar o valor para menos de ₹5 (US$ 0,05) até o fim de 2026. A companhia utiliza baterias de íons de lítio, com vida útil estimada entre 500 e 800 ciclos — bem acima dos 100 a 200 ciclos dos pacotes de polímero de lítio normalmente empregados.
Para atingir 1 milhão de entregas diárias até meados de 2027, a produção na fábrica de Bengaluru deverá subir dos atuais um drone por dia para mais de 100 unidades diárias.

Imagem: Internet
Piloto na área da saúde
O primeiro programa de testes começou com o hospital Narayana Health, em Bengaluru, onde o drone fará, por três meses, cerca de dez entregas diárias de exames, amostras de sangue e outros suprimentos médicos. A empresa também mira setores como comércio rápido e entrega de alimentos.
Após atingir escala na Índia, a Airbound planeja entrar no mercado norte-americano em até três anos e mantém conversas com a Diretoria Geral de Aviação Civil (DGCA) indiana para obter as autorizações necessárias. Com a nova rodada, o total captado pela startup supera US$ 10 milhões e sua equipe já soma 50 pessoas.
Com informações de TechCrunch