Antoni Lallican, 37 anos, foi morto na sexta-feira (3) durante cobertura do conflito na região de Donbass, leste da Ucrânia. O veículo em que ele viajava, identificado com a palavra “Press”, foi atingido por um drone FPV russo enquanto acompanhava uma operação do exército ucraniano.
Primeira morte de jornalista por drone na guerra
Organizações internacionais de defesa da imprensa, como a Federação Europeia de Jornalistas e a Federação Internacional de Jornalistas, classificaram o ataque como crime de guerra e enfatizaram que esta é a primeira vez que um profissional de mídia morre na Ucrânia em consequência direta de um drone.
No mesmo episódio, o repórter ucraniano Georgiy Ivanchenko ficou gravemente ferido, e um terceiro jornalista teve ferimentos leves. Sergueï Tomilenko, presidente do Sindicato Nacional dos Jornalistas da Ucrânia (NUJU), alertou que os drones russos se tornaram a principal ameaça a repórteres e civis no país.
Reação do governo francês
O presidente da França, Emmanuel Macron, manifestou pesar no sábado (4) em publicação na rede social X (antigo Twitter). O chefe de Estado prestou condolências à família e aos colegas de Lallican, destacando o risco enfrentado por profissionais que documentam a guerra.
Carreira e reconhecimento
Lallican era membro da agência francesa Hans Lucas e colaborava regularmente com veículos como Le Monde, Le Figaro, Libération, Der Spiegel, Die Zeit e Die Welt. Desde março de 2022, o fotojornalista se dedicava à cobertura do conflito na Ucrânia, com atenção especial à vida dos moradores do Donbass.
Em janeiro de 2025, recebeu o Prêmio Victor Hugo de Fotografia com Compromisso, concedido pela cidade de Paris, pelo ensaio “Suddenly the Sky Darkened”, que retrata o cotidiano de civis sob bombardeios.

Imagem: Internet
Número de vítimas entre a imprensa
De acordo com dados da UNESCO, 22 jornalistas morreram na Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
O corpo de Antoni Lallican deverá ser repatriado nos próximos dias, segundo autoridades francesas. Investigações sobre o ataque foram solicitadas por entidades de imprensa e organizações de direitos humanos.
Com informações de MediaTalks