São Francisco, 4.out.2025 – Apple e Google removeram de suas lojas virtuais aplicativos que informavam em tempo real a localização de agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE), informou a agência Associated Press.
A medida atinge, entre outros, o ICEBlock, aplicativo mais baixado desse tipo no iPhone. Em e-mail enviado na última quinta-feira (2) ao desenvolvedor Joshua Aaron, a Apple argumentou que a ferramenta tinha como “propósito prejudicar policiais individualmente ou em grupo”, motivo pelo qual bloqueou novos downloads.
O procurador-geral da Flórida, Pam Bondi, apoiou a decisão. Segundo ele, rastrear agentes “coloca em risco profissionais que apenas cumprem seu trabalho”.
Joshua Aaron declarou que a Apple “cedeu a um regime autoritário”. Ele afirma ter lançado o ICEBlock em abril para ajudar imigrantes a se protegerem de abordagens inesperadas ou possíveis assédios. O aplicativo possuía mais de 1 milhão de usuários, de acordo com o criador.
O Google, por sua vez, informou que removeu “diversos aplicativos semelhantes” da Play Store. A companhia alegou que esses serviços violavam as políticas da plataforma Android.
Uso por brasileiros
Reportagem da Folha de S.Paulo publicada em fevereiro mostrou que brasileiros nos Estados Unidos utilizam ferramentas como o Padlet para compartilhar, em tempo real, informações sobre operações do ICE. Na ocasião, entidades da comunidade imigrante chegaram a distribuir cartazes com números telefônicos úteis para quem presenciasse prisões em batidas surpresa e planejaram criar seus próprios sistemas de alerta.

Imagem: Internet
Em 4 de setembro de 2025, agentes do ICE realizaram uma batida na fábrica em construção da Hyundai-LG em Ellabell, Geórgia, episódio que reforçou a busca por aplicativos de monitoramento.
Até o momento, nem Apple nem Google comentaram se os aplicativos voltarão a ser liberados caso se adequem às regras das plataformas.
Com informações de UOL Notícias