A Apple retirou da App Store o ICEBlock e outros aplicativos que permitiam aos usuários relatar, de forma anônima, a presença de agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês). A decisão veio após pressão do governo Trump e de autoridades de segurança.
O ICEBlock, que se tornou viral no início do ano, possibilitava compartilhar a localização de agentes em um raio de 8 quilômetros e detalhar a aparência deles, incluindo vestimentas. Segundo diversos veículos de imprensa, a empresa removeu as ferramentas depois de receber alertas de autoridades sobre riscos à segurança dos agentes.
A Fox Business noticiou a retirada na quinta-feira, citando a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi. De acordo com Bondi, funcionários do Departamento de Justiça entraram em contato com a Apple por orientação dela.
Testes realizados pelo TechCrunch analisando o tráfego de rede do aplicativo confirmaram que o ICEBlock não coletava nem armazenava dados pessoais dos usuários.
O episódio ocorre em meio ao aumento de tensões envolvendo a política migratória do governo norte-americano. Na semana anterior à remoção, um tiroteio em um centro de detenção do ICE em Dallas resultou em duas mortes e um ferido. A CNBC informou que, segundo o FBI, o autor dos disparos havia consultado aplicativos que rastreiam agentes do ICE.

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Autoridades federais argumentam que esse tipo de serviço coloca em perigo servidores públicos ao expor sua localização e identidade. Integrantes do governo ameaçaram processar usuários e o desenvolvedor do ICEBlock, Joshua Aaron. Em julho, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, chegou a afirmar que avaliava se a rede CNN poderia ser processada por noticiar o aplicativo.
Nem a Apple nem o Departamento de Justiça responderam aos pedidos de comentário. A equipe responsável pelo ICEBlock também não foi localizada.
Com informações de TechCrunch