O técnico Carlo Ancelotti detalha passagens marcantes de sua carreira no recém-lançado livro “O Sonho: Quebrando o recorde de vitórias da Champions League”. Em entrevista ao Estadão, concedida no Museu da CBF, no Rio de Janeiro, o italiano contou episódios vividos ao lado de jogadores brasileiros desde os tempos de atleta até seus anos à frente de grandes clubes europeus.
Influência verde-amarela desde a Roma
Ancelotti lembra que o contato com brasileiros começou quando defendia a Roma, entre 1979 e 1985. Na temporada 1983-1984, Toninho Cerezo, descrito como “guerreiro incansável”, e Paulo Roberto Falcão, apontado como “líder brilhante”, marcaram o jovem meio-campista italiano.
Conflito com Rivaldo no Milan
No livro, o treinador narra o momento em que, em 2002, decidiu colocar Rivaldo no banco logo após a chegada do então campeão mundial ao Milan. Sem ter completado a pré-temporada, o meia precisaria ganhar ritmo, mas rejeitou a condição de reserva antes de uma partida contra o Modena, em setembro. “Rivaldo nunca fica no banco”, retrucou o jogador, que deixou o estádio. Dias depois, ambos se acertaram, e o brasileiro participou da campanha do título da Liga dos Campeões de 2003.
Chegada e ascensão de Kaká
Ancelotti descreve a primeira impressão sobre Kaká, contratado em 2003. O meia desembarcou em Milão “com óculos de estudante”, mas, em seu primeiro treino, driblou Gattuso e Nesta sem ser parado. Disputou 45 partidas na temporada 2003-2004, mesmo número de Seedorf e Gattuso, e fez o técnico compará-lo a Michel Platini.
Outros brasileiros no livro
O autor também dedica capítulos a Dida, Vinícius Júnior e Rodrygo, reforçando a influência dos atletas do país em seus 50 anos de futebol como jogador e treinador.

Imagem: Elcio Padovez
Final da Copa de 1994 ainda na memória
O italiano relembra ainda o período como auxiliar de Arrigo Sacchi na seleção da Itália, classificada para a Copa do Mundo de 1994. Na decisão, disputada em Pasadena, a Azzurra perdeu para o Brasil nos pênaltis após 0 a 0 em 120 minutos. As cobranças desperdiçadas por Baresi e Roberto Baggio são citadas por Ancelotti como lição sobre o peso psicológico nos grandes jogos.
Com informações de Estadão