Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) anunciaram em 12 de novembro de 2025 a criação de um filme de polímero leve e praticamente impenetrável a moléculas gasosas, capaz de proteger painéis solares, máquinas, estruturas metálicas e até embalagens de alimentos e medicamentos contra corrosão e envelhecimento.
Como funciona o novo material
O filme, denominado 2DPA-1, pertence à classe dos poliaramidas bidimensionais. Ele é formado por discos nanométricos de melamina que se auto-organizam e se empilham por ligações de hidrogênio, criando camadas sem espaços vazios. Essa arquitetura elimina os caminhos normalmente usados pelos gases para atravessar plásticos convencionais, que têm cadeias moleculares semelhantes a fios de espaguete.
Testes mostraram que o 2DPA-1 barra totalmente a passagem de nitrogênio — limite máximo detectável pelos equipamentos de laboratório. A permeabilidade a hélio, argônio, oxigênio, metano e hexafluoreto de enxofre ficou, no mínimo, 10 mil vezes abaixo da verificada nos melhores polímeros disponíveis, desempenho comparável ao do grafeno cristalino.
Estudo publicado na Nature
Os resultados constam do artigo “A molecularly impermeable polymer from two-dimensional polyaramids”, publicado na revista Nature. Assinam o trabalho os professores Michael Strano, do MIT, e Scott Bunch, da Universidade de Boston, além dos autores principais Cody Ritt (Universidade do Colorado em Boulder), Michelle Quien e Zitang Wei, ambos do MIT.
Aplicações imediatas
Com apenas 60 nanômetros de espessura, o revestimento aumentou em várias semanas a durabilidade de cristais de perovskita — material promissor para células solares leves e baratas, porém suscetível à degradação. Os pesquisadores afirmam que camadas mais grossas podem prolongar ainda mais a vida útil.

Imagem: Internet
Graças à alta aderência entre as próprias lâminas, o 2DPA-1 pode ser aplicado como tinta protetora em pontes, edifícios, trilhos, veículos, aeronaves e embarcações, além de funcionar como barreira em embalagens para estender o prazo de validade de alimentos ou fármacos.
Outros usos em eletrônica
A equipe também fabricou um ressonador nanométrico — um minúsculo “tambor” que vibra em frequência específica — utilizando o novo polímero. Segundo Strano, esse é o primeiro ressonador 2D feito de polímero, passo importante para miniaturizar componentes de comunicação em celulares e sensores ultrassensíveis.
Com informações de Nanowerk







