Uma equipe internacional liderada por pesquisadores do Japão apresentou, em 11 de novembro de 2025, um método ecológico que utiliza microalgas para fabricar nanopartículas de ouro (AuNPs) altamente estáveis e biocompatíveis, apontando novo caminho para aplicações em nanomedicina.
O trabalho foi publicado na revista ACS Sustainable Chemistry & Engineering sob o título “Microalgae-Mediated Synthesis of Functionalized Gold Nanoparticles with High Photothermal Stability”. O procedimento dispensa reagentes agressivos empregados na síntese química tradicional e gera partículas com menor toxicidade para células saudáveis.
No processo, extratos de microalgas reduzem íons de ouro (HAuCl₄), originando as chamadas “Bio@AuNPs”. Essas partículas recebem uma camada orgânica protetora formada naturalmente pelos compostos das algas, o que confere maior estabilidade. Em testes, as Bio@AuNPs foram comparadas às “Chem@AuNPs”, sintetizadas por rotas convencionais.
Os resultados indicaram que as partículas obtidas com microalgas absorvem luz de laser de forma eficiente, convertem essa energia em calor e provocam morte de células cancerígenas, mantendo baixa citotoxicidade em células normais. Esse desempenho reforça o potencial das Bio@AuNPs para uso em terapias fototérmicas, nas quais o tumor é aquecido localmente sem prejudicar tecidos próximos.
Segundo a equipe, o método oferece duplo benefício: reduz a geração de resíduos tóxicos na produção de materiais médicos de alto valor e pode levar a tratamentos oncológicos mais seguros, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

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“Nosso objetivo é entender como organismos vivos percebem e respondem a variações térmicas em nível celular”, afirmou o professor Madoka Suzuki, autor sênior do estudo. “A síntese ecológica de nanopartículas de ouro mediada por microalgas cria uma nova ferramenta para investigar a termorregulação celular e avançar tecnologias nanomédicas sustentáveis.”
Com informações de Nanowerk







