Startup sueca Lovable beira 8 milhões de usuários um ano após a fundação

A plataforma de programação assistida por IA Lovable, sediada em Estocolmo, alcançou quase 8 milhões de usuários ativos, informou o CEO Anton Osika durante participação no Web Summit, em Lisboa, na segunda-feira (10).

Fundada há cerca de 12 meses, a empresa gera atualmente 100 mil novos projetos por dia e já captou US$ 228 milhões em investimentos, incluindo uma rodada de US$ 200 milhões no último verão que avaliou o negócio em US$ 1,8 bilhão. Apesar de rumores sobre novo aporte que poderia elevar o valor de mercado para US$ 5 bilhões, Osika afirmou que a companhia não tem necessidade imediata de capital e evitou comentar planos de captação.

O executivo não atualizou a receita anual recorrente (ARR). Em junho, a Lovable divulgou ter atingido US$ 100 milhões, mas analistas do Barclays apontaram queda de 40% no tráfego do site até setembro, provocando dúvidas sobre a sustentabilidade do chamado “vibe coding”. Segundo Osika, a retenção financeira de clientes permanece acima de 100%, o que indica aumento de gastos ao longo do tempo.

Com pouco mais de 100 funcionários, a empresa está reforçando o time de segurança — área “que mais cresce em contratações”, segundo o CEO. A sede sueca também recebe executivos vindos de São Francisco, movimento estratégico para acelerar o crescimento.

Derivada da ferramenta open source GPT Engineer, a Lovable se propõe a simplificar o desenvolvimento de software para o público sem formação em programação. Osika afirma que mais da metade das companhias da Fortune 500 utiliza a plataforma para impulsionar projetos internos. Casos de uso também incluem um estudante de 11 anos em Lisboa que criou um “clone” do Facebook para a própria escola e uma dupla sueca que fatura US$ 700 mil por ano com um serviço lançado há sete meses.

Para reduzir riscos, o sistema realiza múltiplas verificações antes de qualquer implantação, embora projetos sensíveis — como aplicativos bancários — ainda exijam auditoria de especialistas, prática semelhante ao desenvolvimento tradicional.

Questionado sobre a concorrência de OpenAI e Anthropic, cujos modelos de IA também alimentam a Lovable, Osika minimizou a disputa ao dizer que “há espaço para vários vencedores” em um mercado voltado a ampliar a criatividade e a autonomia de pessoas com boas ideias.

O fundador, ex-físico de partículas na casa dos 30 anos, descreveu a missão da empresa como “construir o último pedaço de software” — uma plataforma que permita a qualquer equipe criar, testar e lançar produtos por meio de uma interface simples. Ele defendeu ainda uma cultura de trabalho equilibrada: “A maioria dos melhores profissionais da minha equipe tem filhos e se importa muito com o que fazemos. Eles provavelmente trabalham mais do que em empregos convencionais, mas não seguem a cultura de 12 horas diárias, seis dias por semana”.

Com informações de TechCrunch

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