Uma equipe internacional de astrônomos, liderada por Tom Bakx, da Chalmers University of Technology (Suécia), mediu a temperatura de uma galáxia extremamente distante e confirmou que ela funciona como uma “fábrica superaquecida” de estrelas. O objeto, batizado de Y1, forma estrelas em ritmo 180 vezes superior ao da Via Láctea.
Observação com o ALMA
O estudo utilizou o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), instalado no deserto do Chile. Por meio do instrumento Band 9, sensível a comprimentos de onda de 0,44 milímetro, os pesquisadores detectaram a intensa emissão de poeira cósmica aquecida dentro da galáxia.
Os dados indicam que a poeira brilha a 90 Kelvin (cerca de –180 °C). Embora pareça frio em termos terrestres, a temperatura é consideravelmente mais alta que a observada em galáxias comparáveis, sinalizando um ambiente de formação estelar extremamente ativo.
Galáxia jovem e veloz
A luz de Y1 levou mais de 13 bilhões de anos para chegar até nós, o que significa que a galáxia já existia apenas 600 milhões de anos após o Big Bang. Nesse período, ela produzia mais de 180 massas solares por ano em novas estrelas, enquanto a Via Láctea gera, em média, uma massa solar anualmente.
Apesar da elevada taxa de formação estelar, os cientistas afirmam que esse ritmo não é sustentável por longos períodos. Explosões breves e escondidas de atividade, como a observada, podem ter sido comuns no universo primordial.

Imagem: Internet
Poeira além da conta
A descoberta também ajuda a explicar por que galáxias tão jovens contêm mais poeira do que se esperava. Segundo a pesquisadora Laura Sommovigo, do Flatiron Institute e da Universidade Columbia (EUA), uma pequena quantidade de poeira quente pode emitir tanto quanto grandes quantidades de poeira fria, resolvendo parte do enigma sobre o excesso de poeira no início do cosmos.
Os autores planejam procurar outras galáxias com características semelhantes e, com observações de maior resolução do ALMA, investigar em detalhe os processos que alimentam essas fábricas de estrelas.
Com informações de Nanowerk







