Movimentos sociais ligados ao PT e ao PSOL realizam neste domingo (21) manifestações em 33 cidades do país, incluindo 22 capitais, para protestar contra o Congresso Nacional após a aprovação da PEC da Blindagem e do regime de urgência para o projeto de anistia.
Os atos foram convocados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, que reúnem organizações como o MST e o MTST. O chamado ganhou força nas redes sociais com o apoio de artistas e ocorrerá sob o mote “Congresso inimigo do povo”.
Constrangimento no PT
A mobilização ocorre em meio ao desgaste interno provocado pelo voto favorável de 12 deputados do PT à PEC, que permite ao Legislativo sustar prisões e processos criminais de parlamentares no Supremo Tribunal Federal. A direção petista orientara voto contrário.
Os parlamentares que apoiaram a proposta alegam que aceitaram um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para tentar conter o avanço da anistia defendida por bolsonaristas. No dia seguinte, porém, a urgência da anistia foi aprovada.
“Hoje nós perdemos, eu perdi e aprendi com vocês uma dura lição”, escreveu o deputado Kiko Celeguim (PT-SP) em rede social. Outros petistas, como Merlong Solano (PT-PI), também divulgaram notas de retratação.
Presenças e ausências
Presidentes de partidos de esquerda e diversos parlamentares são aguardados, sobretudo nos atos de São Paulo e Rio de Janeiro. Não há confirmação de participação dos 12 deputados petistas que votaram pela PEC, nem de ministros do governo Lula, orientados pelo Planalto a evitar novos atritos com o Legislativo.
Programação nos principais centros
No Rio de Janeiro, a concentração está marcada para as 14h, no posto 5 de Copacabana, com apresentações de Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Em São Paulo, o protesto ocorre no mesmo horário, em frente ao MASP, na avenida Paulista.

Imagem: Internet
Organizadores pretendem superar o público de 8,8 mil pessoas registrado em 7 de setembro no Vale do Anhangabaú, segundo o Monitor do Debate Político do Cebrap. A expectativa é de adesão maior pela localização central e pela ausência de manifestações bolsonaristas nas proximidades.
Reivindicações
Além de protestar contra a PEC da Blindagem e a anistia, os movimentos querem pressionar o Congresso a votar temas que consideram de interesse popular, como:
- taxação dos super-ricos;
- fim da escala de trabalho 6×1;
- isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000.
Cidades com atos marcados
Os protestos estão previstos para:
- Norte: Manaus, Macapá, Belém, Porto Velho;
- Nordeste: Maceió, Salvador, Fortaleza, João Pessoa, Recife, Natal, Aracaju;
- Centro-Oeste: Brasília, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá;
- Sudeste: Vitória, Belo Horizonte, Alfenas, Juiz de Fora, Serra do Cipó, Uberaba, Uberlândia, Rio de Janeiro, São Paulo, Bauru, Ribeirão Preto, Santos;
- Sul: Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville.
As concentrações variam ao longo do dia, com horários divulgados pelas organizações locais.
Com informações de Folha de S.Paulo