Engenheiro que prioriza eficiência assume comando da Red Bull Racing e mira ganhos de milésimos de segundo

Laurent Mekies, 48 anos, completa quatro meses à frente da Oracle Red Bull Racing, tornando-se apenas o segundo chefe da escuderia em duas décadas. O francês, ex-diretor da equipe satélite Racing Bulls, tomou posse em julho de 2025 após a saída repentina de Christian Horner.

Visão de pista aplicada ao escritório

Com formação em engenharia pela ESTACA (França) e pela britânica Loughborough University, Mekies transferiu para os bastidores a obsessão pelo cronômetro. Durante participação no Web Summit, ele explicou que cada acesso a sistemas internos é tratado como se fosse uma volta rápida. “Discutimos não como minimizar perdas, mas como ganhar velocidade”, afirmou.

Esse conceito sustenta a parceria com a empresa de cibersegurança 1Password. O presidente da companhia, David Faugno ‑ que também assumiu o cargo há quatro meses ‑ estava ao lado de Mekies no palco. Segundo o executivo da Red Bull, a autenticação simplificada economiza tempo precioso de engenheiros que trabalham em aerodinâmica, dinâmica veicular, simulador e túnel de vento.

Carreira multifacetada

Mekies ingressou na Fórmula 1 em 2001, na Arrows, após passagem pela Fórmula 3. Dois anos depois tornou-se engenheiro de corrida da Minardi, equipe comprada pela Red Bull em 2006 e rebatizada como Toro Rosso, onde chegou a chefe de engenharia. Em seguida, foi diretor de segurança da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e defendeu o halo de titânio que protege a cabeça dos pilotos. Passou ainda pela Ferrari como vice-diretor de corrida antes de retornar ao grupo Red Bull em 2024 para liderar a então renomeada Racing Bulls.

Decisões de risco recompensadas

Apesar do foco no coletivo — “o trabalho é dos 2.000 funcionários”, costuma dizer —, Mekies não evita apostas ousadas. A equipe continuou desenvolvendo o carro de 2025 enquanto rivais concentravam recursos no modelo de 2026, que terá novo chassi e nova unidade de potência. A estratégia rendeu a vitória de Max Verstappen no GP da Itália, a corrida mais rápida da história da categoria, e colocou o time na disputa pelo segundo lugar no Mundial, atrás da Mercedes, faltando três etapas para o fim da temporada.

Desafio “maluco” para 2026

O próximo grande passo é construir o próprio motor em parceria com a Ford. Um centro técnico foi erguido do zero em Milton Keynes, Reino Unido, com contratação de 600 especialistas e instalação de dinamômetros. “Vamos enfrentar fabricantes que produzem motores de F1 há 90 anos”, lembrou Mekies. Ele não promete título imediato a Verstappen, mas reafirma o “alto risco e alto ganho” característico da Red Bull.

Até lá, a missão permanece a mesma: “Chegar a cada pista, colocar o carro na janela certa de desempenho e brigar pela vitória”, resume o CEO.

Com informações de TechCrunch

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