A BMW projeta 2026 como um ponto de inflexão para sua estratégia global. Com economia mundial volátil, concorrência de montadoras elétricas emergentes e a crescente digitalização do setor, a marca alemã aposta em três frentes para manter o status de “Ultimate Driving Machine” nos próximos anos.
1. Reforço do apelo por desempenho ao volante
Estudos recentes indicam que a paixão por dirigir segue viva entre os consumidores. Levantamento da McKinsey aponta que compradores de veículos elétricos na China, nos Estados Unidos e na Europa priorizam desempenho e dirigibilidade em detrimento de reputação de marca, sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS) e experiência digital a bordo. Outro estudo revela que 86% dos clientes consideram o prazer de condução o fator mais importante na compra de um carro de luxo. O resultado já se reflete nas vendas: os modelos da divisão M respondem por cerca de 10% do volume total da BMW, o maior patamar da história da empresa.
2. Liderança em inteligência artificial
Segundo a Boston Consulting Group (BCG), 74% das empresas ainda não conseguem extrair valor concreto de soluções de IA — enquanto as que conseguem registram crescimento de receita 50% maior e retorno total ao acionista 60% superior. A BMW pretende aproveitar sua estrutura de capital parcialmente familiar, que favorece decisões de longo prazo, e seu histórico de adoção tecnológica para avançar em uma arquitetura veicular definida por software. Reconhecida pelo Center of Automotive Management (CAM) como grupo automotivo mais inovador, a companhia estuda ampliar parcerias com gigantes de tecnologia dos EUA e da China e explorar a força de trabalho alemã em IA, considerada a terceira maior do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Índia.
3. Expansão em mercados emergentes
Com Estados Unidos e Europa próximos da saturação e crescimento limitado na China, a montadora mira países do Sul Global, que deverão concentrar 62% da população mundial e 20% do PIB até 2030. O foco imediato recai sobre a Índia, hoje terceiro maior mercado de automóveis do planeta e economia do G20 que mais cresce. Dados apontam que 78% das empresas alemãs planejam aumentar investimentos no país até 2029. A BMW já ocupa a vice-liderança no segmento de luxo local, com 15.721 unidades vendidas, e espera ganhar fôlego adicional com reformas tributárias e a possível assinatura de um acordo de livre-comércio entre Índia e União Europeia.

Imagem: Internet
Além dessas três frentes, a plataforma Neue Klasse e sistemas avançados de IA são vistos pela empresa como alavancas decisivas para redefinir seu posicionamento de marca a partir de 2026.
Com informações de BMW Blog






