Novo nanopartícula lipídica do MIT reduz em 100 vezes a dose necessária de vacinas de mRNA em testes com camundongos

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram uma nanopartícula lipídica capaz de transportar moléculas de mRNA de forma muito mais eficiente, permitindo alcançar a mesma resposta imunológica com apenas 1/100 da dose usada em formulações aprovadas pela Food and Drug Administration (FDA). Os resultados foram obtidos em testes com camundongos e publicados em 10 de novembro de 2025 na revista Nature Nanotechnology.

A nova partícula, batizada de AMG1541, foi testada em uma vacina experimental contra a influenza. Em comparação com o lipídio ionizável SM-102 — material presente na vacina da Moderna contra a Covid-19 —, o novo sistema exigiu quantidade cem vezes menor de mRNA para produzir o mesmo nível de anticorpos nos animais.

Como funciona a nanopartícula

Vacinas de mRNA precisam ser protegidas dentro de nanopartículas lipídicas (LNPs) para evitar a degradação após a aplicação. A equipe do MIT concentrou-se no componente “lipídio ionizável”, peça-chave para a eficácia do transporte. Ao combinar estruturas cíclicas — que favorecem a entrada do mRNA nas células — com grupos éster, que aceleram a degradação do material no organismo, os cientistas criaram uma biblioteca de novos lipídios e elegeram a AMG1541 como a fórmula mais promissora.

De acordo com os autores, a AMG1541 supera duas barreiras importantes: realiza a escape endossomal com mais eficiência, liberando o mRNA no interior celular, e é degradada rapidamente após cumprir sua função, reduzindo o risco de efeitos adversos.

Potencial de aplicação

Além de vacinas contra gripe, os pesquisadores afirmam que a tecnologia pode ser adaptada a imunizantes para Covid-19, HIV e outras doenças infecciosas. “Se esses resultados se repetirem em humanos, será possível diminuir substancialmente o custo por dose”, disse Daniel Anderson, professor do Departamento de Engenharia Química do MIT e autor sênior do estudo.

A pesquisa teve como primeiros autores Arnab Rudra, pesquisador visitante no Koch Institute; Akash Gupta, cientista do mesmo instituto; e Kaelan Reed, estudante de pós-graduação. Os experimentos demonstraram ainda que a AMG1541 direciona melhor seu conteúdo a células apresentadoras de antígenos e tende a se acumular nos linfonodos, onde encontra maior concentração de células do sistema imune.

Com a produção de mRNA podendo começar mais perto da temporada de circulação do vírus, vacinas elaboradas com a nova partícula permitiriam ajustes mais precisos às cepas anuais de influenza, sugerem os cientistas.

Com informações de Nanowerk

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