São Paulo – Há duas décadas, a descoberta de um esquema de manipulação de resultados abalou o futebol brasileiro e redefiniu o rumo do Campeonato Brasileiro de 2005. Conhecido como “Máfia do Apito”, o caso envolveu o árbitro Edílson Pereira de Carvalho e provocou a anulação e a realização de 11 partidas, em um torneio que terminou com o Corinthians campeão.
Como o esquema veio à tona
A fraude foi revelada em 2005, quando investigações apontaram que Edílson Pereira de Carvalho recebia dinheiro de apostadores para influenciar resultados. As irregularidades levaram a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a determinar a repetição de 11 confrontos apitados por Edílson, alterando a tabela do campeonato em andamento.
Consequências imediatas no torneio
A remarcação das partidas mexeu diretamente na classificação. Após o novo calendário, o Corinthians manteve a liderança e terminou a competição com o título nacional, enquanto outras equipes viram sua posição mudar significativamente.
Desdobramentos jurídicos
No âmbito criminal, o escândalo não resultou em penas expressivas. À época, o Código Penal brasileiro não previa crime específico para manipulação de resultados esportivos. Os envolvidos foram denunciados por estelionato e chegaram a ser condenados em primeira instância. No entanto, o processo prescreveu após questionamentos sobre a tipificação do delito e a competência da Justiça para julgar o caso.

Imagem: Mauro Beting
Vinte anos depois, a “Máfia do Apito” permanece como um dos episódios mais lembrados do futebol nacional, ressaltando lacunas legais que só seriam preenchidas anos mais tarde, quando o ordenamento jurídico passou a incluir punições específicas para fraudes esportivas.
Com informações de Estadão







