Ryan Salva, gerente de projetos de ferramentas para desenvolvedores no Google e ex-colaborador de GitHub e Microsoft, afirmou que a adoção de sistemas de inteligência artificial está remodelando o trabalho de programação. Responsável por soluções como Gemini CLI e Gemini Code Assist, ele comentou uma pesquisa divulgada na terça-feira, 23 de setembro de 2025, que analisa o comportamento de profissionais de software frente a esses recursos.
Pesquisa aponta abril de 2024 como marco da adoção
O levantamento, conduzido por uma consultoria independente, identificou abril de 2024 como a data mediana em que desenvolvedores passaram a usar ferramentas de IA. O período coincide com o lançamento de modelos como Claude 3 e Gemini 2.5, caracterizados por avanços em raciocínio e chamadas de ferramentas externas (tool-calling). Para Salva, essa capacidade é essencial, pois permite que o modelo “grepe” arquivos, compile código e execute testes, ajustando-se de forma autônoma durante o processo.
Fluxo de trabalho pessoal
Em projetos de hobby, Salva utiliza majoritariamente o terminal, alternando entre Gemini CLI, Claude Code e Codex. Ele também explora vários IDEs — Zed, VS Code, Cursor e Windsurf — para acompanhar a evolução do mercado.
Uso profissional do Gemini CLI
No dia a dia de produto, tarefas começam como issues no GitHub. Segundo o gerente, essas descrições costumam ser curtas; por isso, ele recorre ao Gemini CLI para gerar um documento de requisitos em Markdown com cerca de 100 linhas de especificações técnicas e orientadas a resultados. A partir desse texto e de diretrizes internas sobre testes e dependências, a própria ferramenta produz o código.
Conforme soluciona problemas, o Gemini CLI atualiza o documento de requisitos, criando commits e pull requests a cada etapa, o que facilita reverter mudanças quando necessário. Salva calcula que 70 % a 80 % de seu tempo é gasto no terminal, em linguagem natural, enquanto o IDE serve principalmente para leitura de código.
Imagem: Internet
Visão sobre o futuro da profissão
Para o gerente, o foco dos desenvolvedores deverá migrar gradualmente do IDE para a elaboração de requisitos. “O trabalho se tornará semelhante ao de um arquiteto”, disse, exigindo a decomposição de problemas complexos em tarefas menores e uma visão abrangente do produto, em vez da escrita direta de código.
Com informações de TechCrunch
