O aplicativo de convites para festas Partiful, popularmente descrito como “Facebook Events para gente descolada”, deixou de remover dados de localização das fotos enviadas pelos usuários, permitindo que qualquer pessoa tivesse acesso às coordenadas exatas de onde as imagens foram tiradas.
Em teste realizado pelo TechCrunch, foi possível baixar fotos de perfis diretamente do banco de dados em Google Firebase usando apenas as ferramentas de desenvolvedor de um navegador. Os arquivos ainda continham metadados com latitude e longitude precisas, o que poderia revelar endereço residencial ou local de trabalho dos usuários, sobretudo em áreas rurais.
Descoberta e correção
A redação criou uma conta na plataforma e subiu uma imagem capturada em frente ao centro de convenções Moscone West, em San Francisco. Ao verificar o arquivo armazenado nos servidores do Partiful, a equipe confirmou que as coordenadas estavam intactas, contrariando a prática comum de remover metadados para proteger a privacidade.
Após ser notificada por e-mail, a cofundadora Joy Tao afirmou que a falha já estava “no radar” da equipe e tinha correção priorizada. Inicialmente, a solução estava prevista para a semana seguinte, mas, diante da sensibilidade das informações, o TechCrunch solicitou ajuste até sexta-feira. O conserto foi implementado no sábado, quando a empresa também publicou um comunicado no X (antigo Twitter) reconhecendo o problema.
Verificações subsequentes mostraram que o Partiful passou a eliminar metadados de imagens novas e antigas. Questionada se há registros que indiquem acessos indevidos ou em massa às fotos, a porta-voz Jess Eames disse que a investigação continua, “sem evidências até o momento”. A startup declarou realizar revisões de segurança frequentes com especialistas, mas não revelou os nomes dos consultores.
Imagem: Getty
Contexto da plataforma
Lançado em 2022, o Partiful permite criar convites on-line com estética retrô e já figura entre os aplicativos de estilo de vida mais baixados na App Store, ocupando a nona posição. No Android, o serviço foi eleito pelo Google como o melhor app de 2024.
A empresa já captou mais de US$ 27 milhões, incluindo uma rodada Série A de US$ 20 milhões liderada pela Andreessen Horowitz. Usuários vinham manifestando preocupação com a privacidade desde que surgiram informações de que fundadores e funcionários da startup trabalharam anteriormente na Palantir, empresa de mineração de dados associada a operações de deportação do governo dos Estados Unidos.
Com informações de TechCrunch
