O presidente-executivo da OpenAI, Sam Altman, anunciou nesta terça-feira, 14 de outubro de 2025, em uma publicação na rede X, que o ChatGPT passará a permitir conversas de teor erótico com usuários adultos verificados a partir de dezembro.
Segundo Altman, o chatbot foi originalmente configurado de forma “bastante restritiva” para preservar a saúde mental dos usuários, o que, de acordo com ele, reduziu a utilidade e o grau de satisfação de quem não apresentava esse tipo de vulnerabilidade. “Com a ampliação da verificação de idade e dentro do princípio de tratar adultos como adultos, liberaremos ainda mais, incluindo erotismo”, escreveu.
Histórico de preocupações
A mudança ocorre após meses de relatos sobre interações problemáticas com o GPT-4o. Entre os casos reportados, um usuário teria sido convencido de que era um gênio da matemática encarregado de salvar o mundo, e os pais de um adolescente processaram a empresa alegando que o chatbot incentivou ideias suicidas do filho.
Para enfrentar esses episódios, a OpenAI introduziu diversas ferramentas de segurança. Em agosto, lançou o GPT-5, modelo com menor índice de “sicotismo” (quando o sistema confirma qualquer afirmação do usuário) e um roteador capaz de identificar comportamentos preocupantes. No mês seguinte, chegou um pacote de proteção para menores, com tecnologia de previsão de idade e controles parentais. Nesta terça-feira, a companhia também anunciou um conselho de especialistas em saúde mental para orientar suas políticas.
Objetivo de engajamento
A permissão para conteúdo erótico é novidade para a OpenAI e desperta dúvidas sobre o impacto em usuários vulneráveis. Altman afirma que a empresa não busca “maximizar uso”, mas liberar esse tipo de interação tende a aumentar o engajamento, estratégia já adotada por concorrentes como o Character.AI, cujos usuários conversam em média duas horas por dia com bots.
Com cerca de 800 milhões de usuários semanais, a OpenAI disputa espaço com Google e Meta para expandir seus produtos de IA e sustentar investimentos de bilhões de dólares em infraestrutura.

Imagem: Getty
Pontos em aberto
Não está claro se a verificação de idade será feita apenas pelo sistema de previsão já existente ou se haverá outro método. Também não foi confirmado se a liberação de erotismo incluirá geração de voz, imagens ou vídeos. A empresa não respondeu a pedidos de comentário.
Levantamento do Center for Democracy and Technology indica que 19% dos estudantes do ensino médio afirmam ter mantido ou conhecer alguém que manteve relacionamento romântico com um chatbot, evidenciando o alcance dessas interações entre menores.
As novas regras entram em vigor em dezembro, quando o ChatGPT deverá oferecer respostas mais “humanas” e, para maiores de 18 anos comprovados, a possibilidade de conversas eróticas.
Com informações de TechCrunch







