BMW aponta tarifas e retração na China como principais pressões sobre lucros

A BMW reconheceu que as disputas tarifárias globais e a queda na demanda chinesa estão afetando diretamente sua rentabilidade. A declaração foi feita por Jochen Goller, membro do Conselho responsável por Clientes, Marcas e Vendas, em entrevista à Automotive News Europe.

Segundo o executivo, “os dois maiores impactos na lucratividade no momento são a China e as tarifas globais”. Goller reiterou o desejo da montadora por um regime de “tarifas zero-zero” entre Europa e Estados Unidos, apontando que qualquer avanço nessa direção seria positivo para o balanço da empresa.

Mercado chinês em retração

A China continua sendo o maior mercado individual da BMW, mas as vendas vêm caindo. Em 2024, a companhia vendeu 715.200 veículos no país, recuo de 13% em relação ao ano anterior. A participação da China no total de vendas globais caiu de 32,3% em 2023 para 29,2% em 2024. No primeiro semestre de 2025, a tendência negativa prosseguiu, com novo declínio de 15,5%, para 318.125 unidades.

Investimento recorde e horizonte elétrico

A empresa atravessa um dos períodos mais intensos de lançamentos de sua história, com mais de 40 modelos novos ou atualizados programados até o fim de 2027. Esse ciclo ocorre após um investimento superior a €10 bilhões no programa Neue Klasse, que abrange baterias, motores elétricos, sistema iDrive X e o painel Panoramic Vision.

Goller afirmou que a expansão dos veículos elétricos “não deve ser um desafio” para a rentabilidade, pois os investimentos necessários já foram realizados na primeira metade da década. Mesmo com esses gastos, a montadora manteve resultados positivos.

Expectativas para os Estados Unidos

Apesar do arrefecimento da demanda por elétricos no mercado norte-americano, Goller demonstrou otimismo. A fatia de veículos eletrificados (híbridos plug-in e 100% elétricos) representou quase 20% das vendas da BMW nos Estados Unidos nos três primeiros trimestres do ano.

Combinando a nova geração de elétricos da Neue Klasse e um portfólio ainda robusto de modelos a combustão, a empresa aposta em diversificar as ofertas para superar os desafios impostos por tarifas e pela desaceleração chinesa.

Com informações de BMW Blog

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