Chefe da ALPINA detalha por que acordo com a BMW é estratégico

A pouco mais de três anos do anúncio que transferiu os direitos da marca ALPINA para o BMW Group, o presidente executivo Andreas Bovensiepen explicou publicamente os motivos da operação. Em participação recente no podcast MotoMan TV, o dirigente afirmou que a iniciativa partiu da própria BMW diante do avanço de exigências ambientais mais rigorosas, especialmente na Europa.

Pressão de normas de emissões

Bovensiepen disse que a montadora de Munique alertou a ALPINA sobre a dificuldade crescente para pequenos fabricantes se manterem lucrativos. O desenvolvimento de híbridos plug-in e veículos elétricos, apontou, encarece a operação de marcas que, como a ALPINA, concentram a linha em modelos de alto desempenho com motores de seis e oito cilindros.

Segundo o executivo, as regras de isenção para empresas de menor porte perderam flexibilidade, enquanto a União Europeia mantém, pelo menos por ora, o plano de proibir a venda de carros novos a combustão a partir de 2035 — decisão que deve ser reavaliada ainda este ano. Sem eletrificação própria para compensar emissões de CO2, a ALPINA correria risco de enfrentar multas pesadas.

Estrutura do acordo

O entendimento entre as empresas não envolveu a compra da companhia familiar, mas apenas dos direitos de uso da marca ALPINA. Nenhuma ação foi transferida, e os Bovensiepen seguirão prestando serviços de engenharia e desenvolvimento ao BMW Group. O contrato vigente expira em 31 de dezembro de 2025; a nova estratégia passa a valer em 2026.

Nova fase da família Bovensiepen

Fora do guarda-chuva da marca ALPINA, a família rebatizou o negócio com seu próprio sobrenome e já apresentou um novo modelo: um BMW M4 Cabrio convertido em cupê pela italiana Zagato, com teto “bolha dupla”. A produção, limitada, está prevista para começar em meados de 2026 e deve custar entre 400 mil e 500 mil euros.

Durante a conversa, Bovensiepen lembrou também que, em julho de 2021, havia relatado baixa demanda de clientes por modelos 100% elétricos, cenário que não mudou de forma significativa até agora.

Com a aproximação do fim do acordo atual e do reforço nas metas de emissões, a direção da ALPINA considera que a parceria com a BMW garante escala e recursos para enfrentar a transição rumo à eletrificação.

Com informações de BMWBLOG

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