Harry e Meghan recebem prêmio humanitário e cobram ação contra danos das redes sociais a crianças

São Paulo, 11 out. 2025 – O príncipe Harry e Meghan Markle, duque e duquesa de Sussex, foram homenageados na noite de quinta-feira (9) como “Humanitários do Ano” na terceira edição do Project Healthy Minds Gala, em Nova York. O casal recebeu o prêmio pelo trabalho da The Parents Network, iniciativa da Archewell Foundation que apoia famílias afetadas pelos efeitos das redes sociais.

Ao subir ao palco, Harry destacou que o Social Media Victims Law Center já representa “4 mil famílias” que relacionam a morte ou danos graves de seus filhos ao ambiente digital. “Esses pais enfrentam algumas das corporações mais ricas e poderosas do mundo”, afirmou.

Críticas a big techs

O duque acusou empresas de tecnologia e seus lobistas de gastar milhões para “suprimir a verdade”, descrevendo algoritmos “desenhados para coletar dados a qualquer custo” e “predatórios” em relação às crianças. Ele citou:

  • Supostas violações de privacidade da Apple;
  • A reação da Meta a restrições de privacidade, que a companhia diz poderem custar “bilhões”;
  • Testes em que pesquisadores, fingindo ser menores de idade, teriam sofrido interações prejudiciais a cada cinco minutos com chatbots de inteligência artificial.

No encerramento da cerimônia, foi anunciada a parceria da The Parents Network com a organização ParentsTogether, focada em segurança on-line, para ampliar ações de proteção a crianças nas plataformas digitais.

Debates no Dia Mundial da Saúde Mental

Na sexta-feira (10), Dia Mundial da Saúde Mental, a Project Healthy Minds promoveu painéis no Spring Studios, também em Nova York, em colaboração com a Archewell. O primeiro, “Como Estão os Jovens na Era Digital”, foi introduzido por Harry e reuniu relatos como o da jovem Katie, que desenvolveu transtorno alimentar após o For You do TikTok exibir vídeos sobre dietas quando ela tinha 12 anos.

A pesquisadora Isabel Sunderland, da ONG Design It For Us, relatou ter se aprofundado nos vínculos entre redes sociais e discursos de ódio após ler sobre o genocídio em Mianmar, atribuído parcialmente ao Facebook. “Descobri que o problema não era meu algoritmo pessoal; era o design das plataformas para aumentar o vício”, disse.

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Imagem: Getty

Impacto na infância

No painel seguinte, introduzido por Meghan e mediado pela jornalista Katie Couric, o psicólogo Jonathan Haidt apresentou dados de seu livro “The Anxious Generation”, indicando aumento de ansiedade, depressão e isolamento entre crianças. Haidt alertou que a falta de brincadeiras presenciais compromete o desenvolvimento cerebral.

Amy Neville, mãe de Alexander – morto por overdose após comprar drogas via Snapchat – revelou que processa a plataforma. “É uma luta até o fim”, declarou. Kirsten, mãe de Katie, contou que mesmo após monitorar o celular da filha, não percebeu que o TikTok repetidamente ofertava conteúdos pró-transtorno alimentar.

Participantes cobraram mais legislação e responsabilização das plataformas. “Quando pais se unem, mudanças acontecem”, afirmou Meghan no encerramento do gala.

Com informações de TechCrunch

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