O SoftBank, liderado pelo fundador Masayoshi Son, confirmou nesta terça-feira (11) a venda das 32,1 milhões de ações que mantinha na Nvidia, movimento que retirou cerca de US$ 5,8 bilhões do fabricante de chips e provocou reação imediata em Wall Street.
A operação foi executada a aproximadamente US$ 181,58 por ação, valor 14% inferior ao recorde histórico de US$ 212,19. Mesmo assim, analistas classificam a saída como próxima ao pico de valorização para um volume tão grande de papéis.
Reforço no caixa para inteligência artificial
Segundo fontes próximas à companhia, o recurso será direcionado a novas apostas em inteligência artificial. Entre os planos citados estão um compromisso de até US$ 30 bilhões com a OpenAI e a possível participação em um hub de manufatura de IA avaliado em US$ 1 trilhão no Arizona.
Histórico de apostas ousadas
Conhecido por decisões bilionárias, Son já viveu altos e baixos. Durante a bolha da internet no fim dos anos 1990, seu patrimônio atingiu cerca de US$ 78 bilhões, mas despencou 98% após o estouro da bolha. Em 2000, um investimento de US$ 20 milhões na Alibaba tornou-se lendário ao alcançar US$ 150 bilhões duas décadas depois.
Em 2017, o executivo recorreu a US$ 45 bilhões do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita para lançar o primeiro Vision Fund. Pouco depois, o portfólio sofreu com perdas em Uber e, principalmente, com a implosão da WeWork, que gerou prejuízo de US$ 11,5 bilhões em ações e outros US$ 2,2 bilhões em dívidas.
Segunda saída da Nvidia
A transação marca a segunda vez que o SoftBank se desfaz completamente de ações da Nvidia. A primeira ocorreu em 2019, quando vendeu um lote de US$ 4 bilhões por US$ 3,6 bilhões — participação que hoje valeria mais de US$ 150 bilhões.
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Impacto imediato
Logo após o anúncio, os papéis da Nvidia recuaram quase 3%. Especialistas, porém, ressaltam que a desinvestida não indica desconfiança em relação à empresa de chips, mas sim a necessidade de liquidez do SoftBank para financiar seus planos em IA.
Investidores agora questionam se Son enxergou um ponto de virada que o mercado ainda não percebeu — dúvida reforçada pelo histórico de apostas de risco do bilionário japonês.
Com informações de TechCrunch
