Pesquisadores do Nano Life Science Institute (WPI-NanoLSI), da Universidade de Kanazawa, anunciaram em 6 de novembro de 2025 um método capaz de medir, com precisão inédita, a rigidez do núcleo de células vivas. O trabalho foi publicado na revista ACS Applied Nano Materials.
A equipe liderada por Takehiko Ichikawa combinou microscopia de força atômica com uma nanossonda de cerca de 160 nm de diâmetro, técnica batizada de Nanoendoscopy-AFM (NE-AFM). A agulha penetra repetidamente a membrana celular sem causar danos significativos, gerando milhares de curvas força-distância e mapas tridimensionais de elasticidade nuclear.
Principais descobertas
• Núcleos de células de câncer de pulmão humano PC9 tornaram-se significativamente mais rígidos em meio sem soro, condição que elevou o nível de trimetilação da histona H4 em lisina 20 (H4K20me3), marcador de compactação da cromatina.
• A aplicação do fator de crescimento TGF-β, que induz a transição epitélio-mesênquima (EMT), provocou o efeito oposto: amolecimento nuclear e redução de H4K20me3.
• Derivados metastáticos para o cérebro (PC9-BrM) exibiram o mesmo padrão de variação mecânica, indicando que a compactação da cromatina, e não as lamínas nucleares, é o principal regulador da elasticidade.
Ao diferenciar a rigidez da membrana celular da rigidez nuclear e evitar interferências do citoesqueleto, o NE-AFM supera limitações de métodos tradicionais, como a compressão externa por AFM ou a aspiração de núcleos isolados. Segundo os autores, a elasticidade nuclear se mostra um potencial biomarcador para diagnóstico precoce, prognóstico e avaliação de terapias oncológicas.
Imagem: Internet
Com informações de Nanowerk
