Físicos da Universidade de Umeå, na Suécia, em parceria com pesquisadores da China, desenvolveram um laser composto exclusivamente por materiais biológicos: folhas de bétula e grãos de amendoim. A tecnologia, descrita em 3 de novembro de 2025 na revista Nanophotonics, abre caminho para diagnósticos médicos de baixo custo e menor impacto ambiental.
O dispositivo pertence à categoria dos “lasers randômicos”, nos quais a luz se dispersa várias vezes em um meio desordenado antes de formar o feixe coerente. “Nosso estudo mostra ser possível criar tecnologia óptica avançada de forma simples e usando apenas recursos locais e renováveis”, afirmou Jia Wang, professora associada do Departamento de Física da Universidade de Umeå e coautora da pesquisa.
Folhas viram pontos de carbono
Os cientistas transformaram folhas de bétula em nanodots de carbono, que funcionam como meio de ganho óptico. Já os grãos de amendoim foram cortados em pequenos cubos; suas superfícies irregulares ajudam a aprisionar e espalhar a luz. Embora o laser exija uma fonte externa de bombeamento luminoso, todos os elementos responsáveis por amplificar e difundir a luz são de origem biológica.
Segundo Jia Wang, a produção dos pontos de carbono é simples, baseada em um único passo de “panela de pressão”. A microestrutura natural do amendoim dispensa processos industriais complexos.
Performance comparável a lasers convencionais
Testes mostraram que a energia mínima necessária para o dispositivo emitir luz equivale à de lasers sintéticos. Pela combinação de baixo custo, renovabilidade e segurança, o grupo prevê aplicações além de bioimagem e diagnóstico, como etiquetas ópticas para autenticação de documentos, artigos de luxo e aparelhos eletrônicos.
Imagem: Internet
A equipe de Jia Wang já havia explorado folhas de bétula para desenvolver semicondutores orgânicos em 2023, indicando um interesse contínuo em transformar recursos locais em tecnologias avançadas.
Com informações de Nanowerk
