Pesquisadores da Universidade de Cambridge registraram fenômenos quânticos que duram aproximadamente 2 picosegundos — o equivalente a dois trilionésimos de segundo — em filmes de perovskita de haleto produzidos por métodos de baixo custo. O resultado, divulgado em 29 de outubro de 2025 na revista Nature Nanotechnology, indica a possibilidade de criar emissores de luz ultrarrápidos e outros componentes fotônicos a partir de materiais fáceis de fabricar.
O estudo foi liderado pelo professor Sam Stranks, especialista em optoeletrônica. Os primeiros autores são o pós-doutor Dr. Dengyang Guo e o doutorando Tom Selby, ambos do grupo de Espectroscopia de Materiais e Dispositivos Optoeletrônicos coordenado por Stranks.
Como o efeito foi observado
A equipe combinou espectroscopia ultrarrápida com técnicas de microscopia óptica e eletrônica para identificar a origem da emissão. Os pesquisadores atribuíram a rapidez do processo ao tunelamento quântico que ocorre em super-redes de nanodomínios — zonas estruturais alternadas dentro do material que favorecem a recombinação radiativa em escala extremamente curta.
Material e métodos
Os experimentos foram realizados em filmes grossos de iodeto de chumbo e formamidínio, obtidos tanto por processos de solução quanto de vaporização, ambos compatíveis com produção em larga escala. A observação de transientes quânticos em amostras fabricadas de forma industrializável reforça o potencial comercial das perovskitas para tecnologias quânticas acessíveis.
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Oportunidades e limitações
Apesar do desempenho promissor, os testes ocorreram em baixa temperatura. O artigo não apresenta resultados em temperatura ambiente nem métricas específicas de ótica quântica, como pureza de fóton único ou indistinguibilidade. Mesmo assim, o trabalho amplia o leque de aplicações das perovskitas, conhecidas sobretudo pelo uso em células solares de alto rendimento e baixo custo.
Com informações de Nanowerk
