O agravamento da pandemia de covid-19 no Brasil voltou a colocar em pauta, nesta sexta-feira, 19 de março de 2021, a discussão sobre a manutenção dos campeonatos de futebol no país. Processos judiciais movidos por torcedores, entidades e autoridades questionam a realização das partidas enquanto hospitais registram lotação recorde.
Argumentos favoráveis à bola em campo
Defensores da continuidade destacam que o futebol tem sido um dos poucos entretenimentos possíveis durante o isolamento social, oferecendo alívio mental a milhões de pessoas. Eles lembram ainda que:
- jogadores e comissões técnicas passam por testes frequentes de covid-19;
- a transmissão dos jogos pela TV pode estimular a população a permanecer em casa;
- ligas europeias mantiveram competições mesmo no auge da crise sanitária;
- a receita gerada pelas partidas ajuda na sobrevivência dos clubes, duramente afetados pela queda de bilheteria.
Argumentos pela suspensão
Os contrários à continuidade enfatizam diferenças entre Brasil e Europa, citando o tamanho do território nacional e o consequente aumento de deslocamentos. Entre os pontos levantados estão:
- viagens longas de ônibus, em ambientes fechados que favorecem a transmissão do vírus;
- multidões que se reúnem nos arredores dos estádios, mesmo sem acesso às arquibancadas;
- dúvidas sobre a confiabilidade dos testes aplicados aos atletas;
- piora acelerada dos indicadores de saúde pública em todo o país.
Cenário político
Especialistas ouvidos nos processos afirmam que a decisão de manter ou interromper os campeonatos não resolverá, por si só, a crise sanitária. Eles apontam a necessidade de políticas públicas coordenadas — algo que, segundo eles, falta ao governo federal. Governos estaduais têm adotado medidas pontuais, mas a ausência de diretrizes nacionais dificulta a uniformização das ações.

Imagem: Brian Gabigol mistakes an un
Enquanto a bola segue rolando, parte da torcida aproveita o espetáculo; outra parte questiona a exposição de atletas e funcionários ao risco de contaminação. A discussão, porém, continua nos tribunais e nos bastidores das federações.
Com informações de Brazilfooty